(E PARA TODOS OS OUTROS DIAS TAMBÉM!)

Quando fui convidada a escrever sobre o dia da consciência negra, imediatamente eu disse a mim mesma: “que seja um texto excepcional, que encante, emocione e represente tudo aquilo que sinto todos os dias, e tudo aquilo que cada mulher preta também sente.”

Mas, o que aconteceu nos dias seguintes foi bem diferente da minha expectativa. Eu começava a escrever, apagava, escrevia de novo, travava. Nunca estava bom o suficiente aos meus olhos, e eu sentia que  não estava conseguindo expressar em  palavras tudo o que eu tinha a dizer.

Cheguei a pensar que eu estava com algum problema sério de cognição! Dizia todos os dias pra mim mesma que “era um absurdo eu não conseguir terminar um texto!”

Cheguei a concluir, sim. E, quando li cada palavra, não senti emoção. Não havia pessoalidade. Nem eu, nem nenhuma outra mulher preta estava representada ali.

Diante do meu “fracasso”, resolvi pedir ajuda e fui surpreendida de muitas formas: por mim mesma, pelas circunstâncias e pelo poder da compaixão.

Numa reunião com a Polly, conversando sobre o ocorrido, percebi que estava me punindo de forma cruel. Eu estava me tratando mal por julgar que eu tinha falhado gravemente.

É isso que nós mulheres pretas fazemos. É assim que nos tratamos muitas vezes, porque aprendemos que precisamos correr um quilômetro a mais todos os dias. Não aprendemos a pedir ajuda e olhar para nós com a mesma compaixão que olhamos para as pessoas ao nosso redor.

Eu sei que a auto-exigência não é uma característica exclusiva de mulheres pretas. Porém, por consequência do racismo e de todas as marcas que o povo preto carrega, fomos condicionadas a pensar, sentir e agir de uma maneira mil vezes mais exigente.

Ouço todos os dias pacientes pretas contarem histórias pesadíssimas sem chorar. Eu preciso lembrá-las, com frequência, de que a nossa carne também dói e nossa alma também sangra. 

E, vez ou outra, também preciso que outras pessoas me lembrem de que não sou de ferro e não dou conta de tudo. 

Seguimos, rindo juntas, chorando juntas e lutando juntas. É tempo de sermos humanas.

Com amor,

Laís Pereira

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