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Você sabe o que é Ciclo da Violência?

Momentos de tensão, impulsividade e explosão, lua-de-mel… Essa sequência soa comum para você? Então é possível que você esteja vivendo o ciclo de um relacionamento abusivo. 
Conhecido como Ciclo da Agressão, Ciclo da Violência ou Ciclo da Violência Doméstica, ele traduz exatamente o que acontece quando se está em uma relação com abuso físico e/ou psicológico. Por meio desses padrões, é possível identificar uma similaridade no perfil do abusador mesmo que, superficialmente, ele pareça imprevisível. 

É importante lembrar que por mais que o ciclo se repita em um número significante de casos, cada experiência é única e deve ser tratada de forma particular, preferencialmente com o auxílio de uma psicóloga. 

Essa identificação de estágios da violência foi documentada pela psicóloga norte-americana, Leonre Walker, e explica a confluência no comportamento agressivo, independente de quando ou com quem ele ocorra. Tal comportamento pode se manifestar como abuso físico, psicológico, de forma explícita ou sutil.  

O ciclo apresenta, três etapas: fase de tensão, fase de explosão (onde ocorre o abuso em si) e fase de lua-de-mel (o momento de desculpas e compensação pela agressão e em muitos casos a tentativa de culpar a vítima pelo abuso).

Entendendo as fases do Ciclo de Violência

Fase de Tensão

Já teve a sensação de pisar em ovos no seu relacionamento ou ter medo de que suas atitudes, roupas e conversas possam incomodar seu parceiro? Essa é a fase de tensão. 

Nela, o abusador aponta coisas que não o agradam, enquanto a vítima tenta ajustar seu comportamento para evitar brigas, discussões e agressões. Mas a verdade é que não importa o esforço, nem o quanto a vítima se adapte, ceda ou tente acalmar, somente o abusador pode parar a si mesmo de ser abusivo.

Nessa fase, é comum que a mulher abra mão de fazer o que gosta, afaste de amigos, mude o jeito de se vestir e se portar para satisfazer o parceiro. 

Esse é um período onde a violência acontece, muitas vezes de forma sutil, o que torna mais difícil sua identificação e facilita no processo de negação da realidade. 

Chantagens, ameaças, controle, mudanças no tom de voz e manipulações são algumas características dessa fase que é marcada pela sensação de perigo eminente, imprevisibilidade, tristeza, angústia e ansiedade. Além disso, a culpa e a vergonha fazem com que a vítima esconda os fatos de pessoas próximas e justifique o comportamento violento do abusador. 

A fase de tensão prepara a vítima para não reagir e nem se defender da próxima fase, a de explosão.

Fase de Explosão

A diferença de um relacionamento saudável para um abusivo é que no primeiro, por mais que haja momentos de tensão, é possível resolvê-la por meio de diálogos, comunicação e em uma atmosfera amena, de segurança e confiança. Enquanto no abuso, toda tensão acumulada resulta em uma explosão usualmente dolorosa, mesmo que pareça vir seguida de momentos de alívio.  

Nessa fase da explosão a violência pode continuar no campo psicológico ou evoluir para o lado físico e sexual, como ameaças, tapas, chutes, socos, pontapés ou mesmo forçar, manipular e chantagear a companheira para ter relações sexuais. 

As emoções nessa fase são humilhação, fraqueza, insônia, fadiga constante, ansiedade, medo, ódio, solidão, pena de si mesma, vergonha, confusão, desespero, dor. Sentimentos que podem levar a vítima a também agredir o parceiro, o que é totalmente diferente da agressão sofrida por ela. 

Apesar de ser uma das fases mais penosas, é também um momento onde a vítima pode tomar decisões de buscar ajuda, denunciar, esconder-se na casa de amigos e parentes e pedir a separação momentânea ou permanente. Em casos extremos e sem uma rede de apoio e acolhimento, essa fase pode resultar em depressão, crises de ansiedade e até suicídio. 

Fase de Lua de Mel

Sabe aquela sensação pós-briga em que seu relacionamento vira um mar de rosas? 

Bom… 

Então seja, infelizmente – não tão – bem-vinda à fase de Lua de Mel. 

Essa fase acontece para compensar a vítima dos maus tratos e dar a falsa ideia de “agora vai ser diferente”. Tudo isso, é caracterizado por comportamentos que buscam anular ou minimizar os efeitos dos atos de violência cometidos. 

É a hora do carinho, atenção, das desculpas e promessas. Frases como “isso nunca mais vai se repetir”, “não foi minha culpa”, “não fiz por querer” são muito comuns, assim como atos de gentileza, cooperação e cordialidade. Quanto maior for a explosão, mais atitudes compensatórias o abusador terá para manter a mulher naquele esquema.

Presentes, viagens, jantares e ações românticas também são realizados para que a vítima esqueça a raiva ou acredite que os abusos não foram intencionais. Há casos em que ela se sente responsável por ter levado o parceiro a cometê-los. 

Nesse âmbito de calmaria e paz o abusador e o alvo estreitam laços e aumentam a intimidade. O resultado disso, é um misto de esperança, culpa e pena, o que faz com que muitas vítimas desistam de realizar a denúncia e alimentem a expectativa de que o agressor mude o comportamento e não repita as agressões. 

Tudo isso ocorre porque os sentimentos dessa fase são inebriantes, carregados da certeza  de mudança e da visão romântica do relacionamento.

Assista também o vídeo sobre Ciclo da Violência no nosso canal 🙂

Tudo não tão novo… De novo

Muitas mulheres chegam a registrar boletins de ocorrência e procuram ajuda na esperança de que o “susto” dessa atitude transforme de vez o comportamento do parceiro abusador. Com o tempo, são retiradas as queixas, medidas protetivas e há a retomada do relacionamento com o agressor. 

No entanto, o ciclo de violência pode ser reiniciado a qualquer momento, já que sua principal característica é a continuidade, ou seja, a repetição sucessiva ao longo do tempo.

Com a evolução desse ciclo ficam cada vez menores as fases da tensão e de lua de mel e cada vez mais intensa e grave a fase da explosão. Dessa forma as agressões podem passar a acontecer sem obedecer à ordem das fases e os maus-tratos tendem a ocorrer em maior frequência e intensidade. 

Informação é liberdade

A Não Era Amor defende que em briga de marido e mulher se mete, sim, a colher. 

Tem dúvidas se está passando por isso ou suspeita que alguém ao seu lado esteja? Leia também o nosso texto sobre O que é relacionamento abusivo? e se informe. 

Quando a vítima ou a sociedade se calam diante da violência, o agressor não se sente responsabilizado pelos seus atos e volta a repeti-los. Procure ajuda, denuncie, acolha e vamos juntas levar informação e libertação para o maior número possível de mulheres.

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