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A esperança como efeito psicológico do abuso

Você já sentiu esperança de um dia conseguir transformar o seu relacionamento em uma relação saudável ou que seu parceiro procure ajuda, perceba as atitudes violentas e pare de te magoar?  Essa esperança no relacionamento abusivo estão ligados porque ela, nada mais é, do que um efeito psicológico do abuso. Mas como ela se manifesta em uma relação?

Para começar a entender, vamos primeiro recorrer à definição de esperança que, por si só, já indica que é um sentimento que tem como base esperar algo diferente do que a realidade nos aponta.

Sabe aquela máxima que diz que a esperança é a última que morre? Pois é. Em um relacionamento abusivo ela se aplica perfeitamente e ainda vem com um agravante: a culpa. E é por meio desses dois sentimentos que a saída do abuso se torna cada vez mais difícil.

Com a culpa e a esperança andando lado a lado a sua identidade vai se perdendo juntamente com seus valores, sua confiança e sua autoestima, e isso é uma porta aberta para a violência entrar.

Qual a sua esperança?

Tire um tempo para pensar e anote qual a esperança você ainda tem em seu relacionamento? Como ela surge? Qual dessas expectativas de mudança são ilusões e fantasias? O que está descolado da realidade? Para te ajudar a descobrir, pontuaremos os momentos em uma relação abusiva em que essa esperança aparece. 

Assista também o vídeo sobre Esperança no nosso canal 🙂

Quando a esperança aparece em um relacionamento abusivo?

Vamos começar com um spoiler: durante todo o relacionamento.

A esperança está sempre presente, mesmo que algumas mulheres ainda pensem que nada do que falamos se enquadra à situação dela, que o abuso não vai voltar a acontecer, que com ela será diferente ou que o caso de outra pessoa seja pior, precisamos ressaltar que esse pensamento já é a própria esperança, é o reflexo do abuso. E essa expectativa aparece, principalmente, em três momentos.

1- Primeira fase: início

A esperança vem como fenômeno psicológico já no começo do relacionamento abusivo que, por sua vez, se inicia de forma intensa e cheio de paixão, onde a mulher pensa que encontrou o príncipe encantado, o amor da vida. 

Nessa fase, acontece o primeiro abuso e normalmente ele vem de forma muito sutil, como insistência e dificuldades do parceiro em ouvir o seu não. Essa sutileza faz a vítima não perceber e, nos casos em que percebe, achar que o abusador vai mudar e notar que com ela é diferente.

Todo encantamento do início contribui para que a mulher mantenha a esperança de que o homem volte a ser quem ela conheceu, àquela pessoa que ele demonstrou ser na fase da conquista, sedução e manipulação. É importante lembrar que desde o encantamento já havia violência.

2- Segunda fase: meio do relacionamento

Uma das características de uma relação abusiva é o Ciclo da Violência e é nessa fase onde ele se manifesta de maneira mais evidente. 

No meio do relacionamento a sua autoestima e autoconfiança já estão minadas, você acha que é culpada por tudo, até mesmo pela violência que sofre. E é aqui que podemos perceber padrões inerentes ao comportamento de todo abusador.

Essa previsibilidade acontece em três fases: tensão, explosão e lua de mel, sendo essa última onde a esperança se intensifica. A Lua de Mel age como uma compensação pós briga, cheia de promessas de mudanças e até mesmo uma mudança. O que precisamos saber é que essa transformação comportamental é temporária e só serve para alimentar mais o seu sentimento de que algo diferente está acontecendo.

A partir daí, o ciclo da violência volta ao início, uma nova fase de tensão e explosão acontece, você volta a pisar em ovos pra evitar mais um conflito até a chegada da lua de mel para renovar suas esperanças de novo e de novo. Ele volta a ser a pessoa de sempre e você continua no abuso como um objeto de dominação dele.

Essa ilusão de melhora não reflete a realidade e o comportamento do abusador e sim o próprio abuso em si.

3- Terceira fase: término

Nessa fase há a esperança de que o fim seja igual ao de um relacionamento saudável, feito de forma amigável. Mas isso não acontece. Não adianta você explicar o porquê do término na esperança de que o abusador vá atender e mudar. São essas esperanças que te fazem ficar no abuso, ele não mudou só porque agora é seu ex.

A única atitude que prova mudanças é se o abuso nunca mais acontecer, nem mesmo a violência sutil. O que geralmente acontece é que o abuso vai ficando mais refinado e isso também é um agravamento, porque quanto mais sutil mais difícil de detectar, mais manipulada você vai ser, mais esperança, culpa e dependência emocional você vai ter, e mais difícil será de sair.

Cuide do que ainda resta de você

O que você mudou, cedeu, deixou de fazer que era importante para você ou começou a fazer sem gostar? Lembre-se de quem era antes de tudo isso acontecer e que mudar o seu comportamento só faz com que a temática do abuso também mude, não que ele acabe.

Não há nada que você possa fazer, só o abusador é capaz de cessar a violência. E tem mais, se ele mudar o que vai restar de você? Até quando você vai esperar essa transformação? 

Quando o outro é o centro da sua vida você investe toda esperança, tempo, energia, dinheiro e afetividade nele, mas o que sobra pra você mesma? A Não Era Amor tem uma proposta para te fazer: pegue todo o investimento que deposita no seu parceiro e volte-o para você. Pense no que é possível fazer hoje, em quem você quer ser, qual parte sua quer resgatar e comece agora, com pequenos passos, um dia de cada vez.

Chegou a hora de ter esperança em quem realmente pode mudar: você mesma.

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