Você já teve seu pensamento ridicularizado? Já foi impedida de se expressar? Ou ainda foi reprovada porque pensa diferente? Essa repressão da liberdade de pensamento infelizmente é mais comum do que a gente pensa e tem nome: abuso intelectual. 

Para a Não Era Amor, o abuso intelectual é quando o abusador ignora, debocha ou cerceia sua forma de pensar, invade toda a sua tomada de decisão ou, ainda, reprime sua liberdade, colocando regras rígidas em suas escolhas. Esse tipo de abuso acontece em conjunto com outras formas de violência e acomete mulheres em diferentes posições da sociedade e da carreira: quanto mais alto o cargo, mais propensa ela está de sofrer abuso intelectual. Ele funciona como um silenciamento, uma forma de fazer com que a mulher não emita sua opinião e pode ser visto em diversas áreas da vida, mas principalmente em meios acadêmicos e profissionais, envolvendo críticas por diferentes formas de aprendizagem ou, por exemplo, pelo modo de pensar ou interesses intelectuais divergentes aos do abusador.  Portanto, é considerado abuso intelectual quando: 

  • Tem seu pensamento ridicularizado
  • É silenciada ou impedida de se expressar
  • Sofre repressão da liberdade de pensamento
  • O abusador decide por você e invade toda a sua tomada de decisão 
  • Há  desrespeito por diferentes formas de aprendizagem ou interesses intelectuais
  • Há desvalorização de opiniões
  • Colocam  regras muito rígidas nas suas decisões 
  • Chamam de burra, estúpida, lenta.

Algumas vertentes do abuso intelectual

O abuso intelectual possui algumas vertentes que vão de encontro também com a violência psicológica. Portanto, em alguns estudos e na literatura, os termos abaixo são retratados como abuso psicológico, mas o importante aqui é que, independente do nome que seja abordado, você saiba identificar os sinais de cada um para se proteger da situação por meio do afastamento e do contato zero com o abusador. 

Gaslighting

“Você está exagerando”, “Não foi bem assim”, “Você está confusa”. Alguma dessas frases já foi dita para você? O Gaslighting é uma forma de fazer com que a mulher duvide do seu raciocínio e percepção e acontece quando o abusador usa as suas próprias palavras contra a mulher, manipula os fatos, distorce os acontecimentos e tenta fazer com que ela desacredite de si mesma, consolidando ainda mais o poder que ele possui sobre ela e a deixando cada vez mais dependente e submersa no abuso. Leia mais sobre o Gaslighting clicando aqui.

Mansplaining

Quando um homem explica algo pra mulher de uma maneira condescendente ou paternalista, sem levar em conta que ela domina mais sobre o assunto do que ele. No mansplaining, junção de “man” (homem) é “explaining” (explicar), o homem acha que precisa ensiná-la com explicações longas e detalhadas a fim de confundí-la para depois questionar se ela realmente o entendeu.

Manterrupting

Já teve sua fala interrompida por várias vezes e sem nenhuma necessidade? O Manterrupiting, junção de “man” (homem) e “interrupting” (interrupção) ou em livre tradução “homens que interrompem”, é feito para impedir que a mulher consiga concluir sua frase e expor seu raciocínio. Geralmente acontece em momentos de tomada de decisão, reuniões ou palestras que contenham os dois sexos participando juntos e o homem tenta falar em cima da fala da mulher, sobrepor suas ideias ou cortar o assunto para retomar a atenção para si.

Bropriating

Podemos fazer uma pesquisa rápida e sem  ler a resposta afirmar que dificilmente exista uma mulher que não tenha visto um homem se apropriar da ideia dela ou de uma outra pessoa. O Bropriating,  uma junção de “bro” (de brother, irmão, mano) e “appropriating” (apropriação), é um tipo de abuso que acontece muito em ambientes corporativos  e se dá quando o homem tenta se apropriar da fala e da ideia já expressada pela mulher, fazendo com que sua inteligência seja usada de degrau para que ele se sobressaia.

Meaning

Meaning é a falta de respeito pelo estilo de aprendizagem, modo de pensar ou interesses intelectuais de outra pessoa. Pode ser percebido na tentativa de ridicularizar ideias, desvalorizar opiniões ou em formas mais explícitas como xingamentos e ofensas.

Como combater o abuso intelectual?

Você pode estar esperando uma resposta milagrosa para essa pergunta, mas a solução principal é uma só: informação. Na Não Era Amor defendemos a informação como maior arma para combater abusos de qualquer natureza. Se informar é o primeiro passo para saber reconhecer quando o abuso intelectual está acontecendo e te dá ferramentas para que você consiga sair da violência. 

Conte com a Não Era Amor para se proteger e se munir de informação!


Redação: Thay Tanure, Redatora da Não Era Amor
Conteúdo e revisão: Pollyanna Abreu, Psicóloga e Fundadora da Não Era Amor

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