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Você está em um encontro com uma pessoa. Você se arrumou, pesquisou as redes sociais da pessoa pra fazer a checagem, tudo certo. Contudo, agora que você está com a pessoa, ela tem se mostrado diferente e você está se sentindo insegura ou até mesmo com medo real pela sua integridade física. Nós entendemos que é uma situação delicada e que gera diversas emoções. Porém, respira fundo e vamos juntas fazer o seguinte
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Já ouviu, pelo menos uma vez na vida, a frase “Ah! Essa mulher gosta de sofrer!”, “Não entendo porque minha amiga continua com ele”, “Por que eu sempre volto”? Essa e diversas outras crenças populares acerca da forma como as mulheres lidam com relacionamentos abusivos são constantemente trazidas à tona toda vez que relações violentas são colocadas em pauta.
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Muito se discute sobre os impactos físicos que uma relação violenta pode causar: agressões, ameaças, feminicídio. Só que para além dos danos palpáveis e socialmente reconhecidos, estar em um relacionamento abusivo pode trazer sequelas às mulheres também no âmbito psicológico, social e até em sua saúde como um todo.
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Antes de começar esse texto queremos que você se lembre qual foi a última vez que se encontrou com suas amigas, contou sobre sua vida para uma pessoa próxima ou passou momentos despreocupadamente com sua família? Se você não se lembra ou se isso não acontece há muito tempo pode ser que esteja passando por uma das fases de construção do relacionamento abusivo: o isolamento social.
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Esse é um texto para te dizer que é possível. Por mais que a confusão tome o lugar da esperança. Que os pensamentos não se aquietem. Que os sentimentos pareçam incontroláveis. Mesmo que exista culpa, medo, julgamento e a pressão social. Até quando você pensar que o controle exercido sob você é maior do que a sua força para se libertar. Nós estamos aqui para dizer, afirmar e reafirmar: sair de um relacionamento abusivo pode não ser fácil, mas é possível.
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O abuso nem sempre acaba com o fim do relacionamento abusivo. Muitas mulheres, mesmo após o término, continuam lidando com o abuso, mas em outro cenário: o da justiça. É comum que algumas questões só possam ser resolvidas judicialmente, como no caso de mulheres casadas e com filhos que necessitam do divórcio litigioso, bem como a definição da guarda e da pensão.
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Se você é mulher e vive no Brasil provavelmente já ouviu falar sobre a lei Maria da Penha (LMP) que foi criada há 15 anos para prevenir e combater a violência doméstica contra a mulher.
Seu nome é em homenagem à mulher homônima que durante anos lutou para ver seu agressor punido e até hoje está à frente da causa e na defesa das mulheres. Em 1983, Maria da Penha Maia Fernandes, que vivia um casamento abusivo, sofreu duas tentativas de assassinato pelo marido. A primeira foi com um tiro nas costas, enquanto estava dormindo. Ela sobreviveu, mas ficou paraplégica. Ao voltar do hospital, ela foi mantida em cárcere privado pelo marido, em casa, durante 15 dias, e, nesse período, ele tentou eletrocutá-la na banheira.